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Saturday 29 November 2014

31ª Bienal Internacional de São Paulo

Decidi escrever sobre a Bienal depois acompanhar o Fórum Mundial de Bienais que se encerrou nesta noite. O meu papel no Sistema Arte se define como Artista! Assim me coloco, me apresento, me posiciono politicamente, profissionalmente, intelectualmente, etc. Diante os temas apresentados neste fórum e a 31ª Bienal acontecendo, se define para mim algumas direções as quais seguirei sem questionamentos em minha concepção de Arte.
Pensar em uma Arte Internacional passa  a ser foco fundamental. Desterritorietizar, desterritoriezar a Arte. Arte sem territórios. A Arte me proporciona liberdade total quanto aos meus atos, pensamentos, sentimentos, instintos. Liberdade que somente eu tenho controle e para isso me valho de meu senso ético e habilidade politica para tomar decisões e fazer escolhas. Decidi assim justificar a pessoa que sou através do conhecimento que a Arte me proporciona. Assim, faço Arte da minha vida, faço de minha vida, Arte. Coloco minha vida em questão, e no caso  destas questões atingirem a vida comum a outras pessoas, então essas questões são importantes para serem apontadas e conversadas a respeito. O tema proposto na Bienal Internacional de São Paulo proporciona possibilidades de interpretações muito amplas de maneira a manter intactos, princípios de liberdade em toda sua concepção. Os encontros com o Educativo foram em todos os quais participei, absolutamente democráticos  ao produzir conversas  sobre o tema proposto  e todas questões apresentadas.
 Em um determinado momento me posicionei criticamente de frente a Instituição devido uma mínima e sutil sombra de duvida quanto a possibilidade do Evento estar inserido em uma Politica Cultural a qual não me interessa. A publicação dos nomes dos Artistas participantes na semana que anterior a Copa do Mundo me fez acreditar que o Evento Bienal estaria acontecendo na sombra do Evento Copa do Mundo para beneficiar qualquer interessado politico, neste ano que houve uma Eleição Presidencial. Isso não ocorreu! Durante o Evento Copa do Mundo nenhuma publicação sobre o Evento Bienal chegou próximo de meus sentidos. Absolutamente nada. Ou seja, o Evento Bienal se manteve integro em seus propósitos na matriz Arte. Indiscutivelmente precisei voltar atrás e reconhecer o meu exagero  na interpretação das noticias que recebi, assim me mantive pouco presente nas atividades do Educativo porém, acompanhando todas informações dessas atividades, encontros, recreações, debates, conversas, reflexões. Com isso, preferi começar a escrever sobre a 31ª Bienal em sua semana de conclusão.

No circuito de galerias, em aberturas em que estive presente, algumas opiniões sobre a proposta curatorial me foram apresentadas, poucas e intrigantes que não vão além da expressão "não gostei", na verdade nada além disso me referindo aos poucos Artistas que se manifestaram a respeito comigo. Ao considerar o meio social em que estava, concluí que o projeto expositivo não se afinava com o formato de feira o qual estavam habituados e seguros na estrutura comercial. As plataformas não coincidem ou interagem pouco entre si, acredito que por simples questões  de concepções estruturais. Diante esse posicionamentos de alguns Artistas, argumentei que Essa Bienal, ao tomar as coisas que não existem, destaca questões sociais e politicas, portanto transfere para o matriz Arte o que se pode entender como realidade. A mediação das linguagens técnicas não são questões centrais, portanto se desadequam dos pontos de questão na história da Arte, e sim a realidade cotidiana. Definir uma Bienal de Artes na opinião simplista de "gostei" ou "não gostei" não seria compatível com a amplitude conceitual e pragmática que o evento proporciona. De fato, devido a escala e importância histórica do evento. Evitei tomar a opinião de críticos de arte e apontamentos críticos sobre a Bienal de São Paulo para não ser de nenhuma maneira influenciado por juízos de valores, me concentrei nas questões levantadas no debate em torno deste evento. Tenho consciência do status da curadoria da Bienal portanto seria estranho duvidar que a posição desperta o interesse de muitos candidatos ou pretendentes  a essa função, daí as diversas interpretações contrarias a organização, administração e curadoria. Na feira de Arte PARTE, uma das questões que me despertou atenção foi a comparação entre Feiras de Arte e Bienais de Arte de maneira a se levantar a hipótese de se inverter as funções de uma e outra. Ou seja, as Bienais assumirem uma estrutura comercial e as Feiras assumirem uma estrutura conceitual. Descordo de inicio dessa possibilidade de inversão de funções, o que não se exclui abertura espaços para debates conceituais na Plataforma de feira nem se exclui as possibilidades comerciais na plataforma das Bienais. Não aprecio tão pouco a ideia de se fazer das Bienais uma matriz rígida de pensamento a qual se exclui completamente a inerência mercantil nas produções dos Artistas Visuais.

Prosseguirei com as coisas que não existem. O que significa essa coisa que  denominamos existência? O que podemos definir como Realidade? Ora, os  Fatos sociais, políticos destacados na Bienal não existiam antes? Não  eram reais? Tudo passou a ser um invento nesta Bienal? Determinar a realidade é complicado porém temos as leis como parâmetros para determinar a realidade. Temos a matéria física. Os sentidos, as emoções, a imaginação, e as convenções sociais. As leis não podem determinar por completo a realidade por haver claro em sua composição o denominado Consuetudinário. Isso demonstra que as leis não definem a realidade ou  uma existência em sua totalidade, deixa um vácuo no seu alcance. As convenções também não completam essa questão devido as escolhas individuais e coletivas anteriormente determinadas epistemológica, semântica e culturalmente. Entendo assim, que Realidade e Existência são determinações a priori, de maneira química, física, metafisica, mental, emocional. Assim, a Bienal em sua conjuntura se coloca então como uma Obra de Arte. Se torna visível, se faz existir, produz realidades.

Tenho a Politica, a Sociologia e Antropologia como ferramentas. São cores em minha paleta. Contextualizam minha produção, o meu fazer. Partidarismos implicam em ideologias. Populismos. Manipulações. Controles.  Cerceamentos, delimitações no Pensamento e compromete assim, princípios  de Liberdade na Criação Artística. Descaracterizaria a Arte como um fenômeno inerente a existência humana de maneira a não ser passível de avaliações quanto a sua utilidade ou não utilidade, pois a Arte é Natural no ser humano, portanto impossível de se desconsiderar a Arte como essencial a Vida. A Arte como essencial em minha vida justifica colocar minha vida como uma Obra de Arte. A Bienal de São Paulo aponta um esgotamento nas possibilidade do Campo Expandido no ponto de vista Neoconcreto configurada em Obra de Arte. Isso me conduz na configuração de minha vida como Obra de Arte de maneira as questões que me envolvem comuns a outras pessoas sejam destaque em minhas reflexões artísticas. Materializo essa concepção através das imagens de meus registros documentais e pessoais, mais o desenvolvimento das linguagens que me utilizo para expressar meu estado de espírito ou demonstrar uma abstração das concepções da Realidade. Desta maneira a Bienal de São Paulo no meu processo criativo é de referencia em minhas criações artísticas. A utopia da atualidade me move, me motiva. Neste contexto que descrevo penso numa Arte Internacional. Uma Arte que alcance os sentidos de todos humanos do planeta em suas raízes culturais, ideológicas e conceituais.

Do Microcosmo ao Macrocosmo. Do Macrocosmo ao Microcosmo. O alcance universal das expressões da Arte. A diluição das diferenças da língua através da Arte. Como meus conceitos se conduzem ou se atualizam nessa matriz local e global do Sistema Arte?  Produzir e refletir uma Arte a partir de princípios clássicos num contexto social e tradicional da cidade de São Paulo de alcance global! A Arte deve proporcionar em minha vida tudo o que necessito para viver feliz num mundo o qual cada ser humano tem o planeta terra como sua casa. A construir linhas retas como uma figuração do racional, a tenho como representação de meu auto controle na convivência com diferenças as quais não absorvo. Me colocar como uma Obra de Arte na convivência existencial me ressignifica como Personagem fictício. Transfiro para a Realidade a característica de Ficção.

Como contraponto, integrante do cotidiano onde elaboro meu trabalho artístico. Mais interagido com o meu contexto social produzo alguns retratos de paisagens ao redor do local onde realizo minhas obras dentro de parâmetros tradicionais da Arte com xilogravuras figurativas. A representação do meu contexto como antítese a abstração que mantenho com os desenhos em bico de pena, xilogravuras e pinturas reunidas como imagens virtuais no blog. Pretendo nessa dialética estar atualizado no agora, na atualidade, no presente através da conexão entre o clássico e o contemporâneo. A linha como elemento clássico principal de reflexão sobre as possibilidades de realidades e existências.

No percurso entre o curso de desenho no Instituto Moreira Salles em Poços de Caldas, passando pelo Instituto de Artes da Unicamp até minha participação em cursos no MAC e interação com o Educativo da Bienal de São Paulo foram muitas as especulações sobre o sentido da Arte na atualidade e quais caminhos eu seguiria. Porém o Educativo da Bienal me proporcionou conclusões essenciais para minhas concepções artísticas até colocar minha vida como uma Obra de Arte com o proposito de alcançar uma expressão com minha produção de caráter Internacional considerando os princípios Artísticos e Estéticos que determinei para mim mesmo. A Bienal de Artes de São Paulo por fim, ampliou significativamente meu leque de possibilidades na construção material e virtual de uma Arte atual, ou que se pretende atual.

Marcelo Peres, 29 de Novembro de 2014


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